Instituições de ensino que deixarem aprendizado socioemocional de lado ficarão desatualizadas, alerta especialista
Todas as escolas brasileiras, públicas e privadas, precisarão se adequar às propostas da nova Base Nacional Comum Curricular, a BNCC. O documento norteia o conjunto de conhecimentos que todos os alunos do país devem aprender ao longo da Educação Básica. Além de ensinar conteúdos de matérias regulares, como língua portuguesa, matemática, geografia e ciências, as instituições deverão ministrar também competências socioemocionais. Até dezembro de 2020, um comitê especial irá acompanhar a implementação da Base.Mas será que as escolas estão trabalhando para se alinhar ao novo momento da educação brasileira? Para Tania Fontolan, diretora geral do Programa Semente, o novo ciclo exige atenção especial.“A BNCC é objeto de muitas reportagens da mídia, o que aguça o interesse das famílias em saber se a escola está em linha com o que o documento estabelece. Isso requer que a equipe pedagógica seja capaz de demonstrar com clareza como as habilidades indicadas pela Base serão desenvolvidas na escola”, afirma.Tania destaca que dentre as dez habilidades gerais da BNCC, quatro são voltadas para o socioemocional. Ou seja, as instituições que deixarem essa questão em segundo plano correm o risco de serem "ultrapassadas" pelos concorrentes. “Essas escolas começarão a ser percebidas pela comunidade como desatualizadas”, alerta.
Ensino precisa ser eficaz
No entanto, não basta ter um projeto de aprendizagem socioemocional apenas para “cumprir tabela”. É preciso que o programa seja eficaz. Por isso, várias escolas já têm pesquisado caminhos para um desenvolvimento sistematizado de tais habilidades.“Pesquisas demonstram que boas iniciativas sem continuidade nem sistematização são incapazes de consolidar o aprendizado socioemocional. Portanto, é necessário que se estabeleça um projeto de médio e longo prazos para que as crianças e adolescentes usufruam de fato dos benefícios da formação ao longo da vida.”