Na adolescência, as pessoas precisam entender que suas ações têm influência sobre a coletividade
Um dos princípios que norteiam o Novo Ensino Médio é a concepção de uma educação integral, cujo foco se estende para além da aprendizagem acadêmica. Como a escola é um ambiente colaborativo, os estudantes devem participar ativamente dos caminhos educacionais, desenvolvendo seu protagonismo, sua autonomia e também sua responsabilidade.
Desenvolvendo espaços para os jovens atuarem criticamente
“Quando pensamos no conceito de escola, temos que pensar nesse espaço como um local de intensa troca de ideias, de discussão, de desenvolvimento do pensamento crítico. Toda essa construção de conhecimento não está ligada somente às relações existentes entre os colegas e ao vínculo entre professor e aluno, mas também ao ambiente em que essa relação se constrói”, Ana Carolina D’Agostini, psicóloga e gerente de conteúdo do Programa Semente.
Pensando nisso, é essencial que os educadores criem dinâmicas favoráveis à formação crítica do jovem, variando as maneiras de usar a sala de aula. Essa movimentação deve incentivar os estudantes a retomar o interesse pela escola depois dos anos de pandemia e a participar ativamente do cenário acadêmico.
Os benefícios de uma participação ativa na escola
“Os estudantes fortalecem o currículo quando tem uma participação ativa nos caminhos que a escola trilha, principalmente porque eles se sentem ouvidos, pertencentes a um grupo e representados por ele. Já que a escola prepara os jovens para a vida, ela tem que, de fato, dialogar com a realidade deles. Eles precisam se sentir instigados, provocados, pois assim eles levantam os temas de interesse, facilitando a criação de projetos e fazendo uma interface com conteúdos de disciplinas distintas”, afirma Ana Carolina.
Para incentivar o protagonismo dos jovens, a gestão escolar deve ser democrática, dando abertura e atenção para todas as vozes presentes na escola. Na hora de identificar os desafios pedagógicos, os próprios alunos devem ser a principal fonte de informações, cabendo ao educador estabelecer discussões facilitadas e respeitosas.
A corresponsabilidade e as transformações na escola
“Quando promovemos a real participação dos jovens nas decisões do colégio e na rotina de direitos e deveres, as especificidades dos estudantes são efetivamente levadas em consideração. Ao fazer isso, estamos, de fato, transformando a escola, porque ela se torna um espaço de confiança”, afirma a especialista.
Para fazer jus ao papel colaborativo da escola, existem diversas ações práticas. Alguns exemplos são:
- criar um grêmio estudantil;
- formar comitês na escola;
- ter grupos de trabalho;
- trazer os representantes de classe para discussão;
- ter clubes de interesses específicos, formados pelos próprios alunos.
Essas construções trazem um senso de comunidade e pertencimento – noções fundamentais para a vida toda, mas principalmente durante a adolescência. Há também um destaque à corresponsabilidade, indicando que todos ajudam a transformar a escola.
Por que a corresponsabilidade é importante para a vida pessoal e profissional?
A escola prepara os indivíduos para o mundo, contribuindo para o desenvolvimento de sua identidade, de seus valores e das competências socioemocionais. “Ao fomentar o senso de corresponsabilidade e de participação ativa, estamos trabalhando todas essas dimensões, ensinando esses estudantes a se desenvolver como cidadãos que conhecem seus direitos, lutam pelo que acreditam e sabem que podem fazer a diferença”, finaliza Ana Carolina.