Eduardo Calbucci, professor e um dos criadores do Programa Semente, explica como domar ações desencadeadas a partir de sentimentos e emoções como raiva e medo
É possível dominar pensamentos e emoções numa situação como essa: qual é a sua reação se, ao dirigir, um automóvel fecha seu carro repentinamente? A maioria das pessoas ficaria com muita raiva e xingaria o motorista. O que não nos damos conta nas atitudes do dia a dia é que entre uma emoção e uma ação existe um pensamento.
Isso significa que o pensamento estrutura as emoções e, consequentemente, as ações que tomamos a partir delas. Assim, ao ser fechado no trânsito, o cérebro detecta perigo na situação e o pensamento de que o condutor é imprudente se externaliza através da raiva.
O exemplo prático pode ser aplicado a muitas situações cotidianas, das mais banais até as mais complexas, e as consequências das atitudes tomadas podem ser positivas ou negativas. É fundamental, portanto, aprendermos a identificar os pensamentos que desencadeiam emoções negativas, a fim de moldá-los. A esse processo damos o nome de flexibilização cognitiva.
Nesse sentido, desenvolver as habilidades socioemocionais, como empatia, autocontrole e tomada de decisões responsáveis, é um poderoso instrumento de transformação social. “Todos nós podemos moldar o pensamento por meio de um processo de alfabetização emocional”, afirma Eduardo Calbucci, professor e um dos criadores do Programa Semente.
É evidente que não deixaremos de sentir raiva, medo ou tristeza. No entanto, se estivermos aptos a identificar os pensamentos que estruturam as emoções indesejadas, poderemos desafiá-los e encontrar as melhores alternativas para cada situação.
“Se um aluno está em prova e se dá conta de que não sabe responder as duas primeiras questões, ele pode se apavorar e achar que não sabe nada. Nessa situação, o medo pode dominá-lo e fazer com que ele não renda tudo o que poderia. Se ele desafiar esse pensamento, no entanto, a ação seguinte pode ajudá-lo muito”, explica Calbucci. “Precisamos aprender a lidar com nossos pensamentos para tomarmos atitudes acertadas na vida”, conclui.
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