O professor Eduardo Calbucci explica se vale a pena começar a educação socioemocional depois de adulto
As vantagens de iniciar a educação socioemocional desde cedo são grandes. O desenvolvimento saudável, o gerenciamento de problemas e o bom relacionamento com os colegas são alguns exemplos dessas vantagens. Mas será que é possível obter esses mesmos benefícios depois de uma certa idade?
O linguista Eduardo Calbucci, CEO da Semente Educação, afirma que, “como qualquer aprendizado, vale a pena começar em qualquer momento da vida”. Tudo pode ser mais rápido quando iniciado na primeira infância, mas é possível aprender um novo esporte aos 40 anos ou uma língua estrangeira aos 60 anos. “Da mesma forma, não há nenhum impedimento para que o desenvolvimento socioemocional possa ocorrer em qualquer idade”, diz ele.
Os benefícios da educação socioemocional depois dos 18 anos
Os adultos podem obter as mesmas vantagens do desenvolvimento socioemocional, entre as quais podemos citar:
• Maior desempenho acadêmico;
• Melhor performance profissional;
• Relações interpessoais mais estáveis;
• Bem-estar pessoal amplificado
Além disso, Calbucci afirma que a maturidade torna mais fácil a percepção das vantagens desse aprendizado, o que pode estimular o foco, a determinação e a persistência. O adulto tem consciência dos benefícios que pode conseguir com o desenvolvimento socioemocional, principalmente quando reconhece momentos da própria vida em que a falta de certas competências pode ter levado a alguma decisão inadequada.
Quais são as diferenças no ensino socioemocional de crianças e adultos?
O processo de ensino e aprendizagem deve levar em consideração as faixas etárias dos alunos. Calbucci exemplifica isso com a competência da modulação do medo. No caso de uma criança pequena, o gatilho do medo pode estar ligado a dormir no escuro ou estar em um quarto sozinha. Isso dificilmente vai ser o conflito vivido por um adulto: no caso dos mais velhos, o medo está ligado à possibilidade de ficar doente, de perder os pais ou os filhos precocemente, de terminar um relacionamento ou de ser desligado de um emprego.
“O que muda é o contexto, mas, no final das contas, o tipo de competência que a gente quer desenvolver é exatamente a mesma”, afirma o professor. “É muito importante que quem esteja fazendo esse trabalho de desenvolvimento socioemocional conheça os conflitos daquela faixa etária, para que o aprendizado possa ser mais fluido e mais natural”.
Plataforma S para adultos
“A plataforma S é uma plataforma de medição e de desenvolvimento socioemocional”, afirma Calbucci. Em um primeiro momento, no nível da medição, a pessoa descobre os seus pontos fortes e fracos, comparados a outros indivíduos da mesma faixa etária, para saber como anda o seu grau de desenvolvimento em relação a determinada competência.
Ao reconhecer as habilidades que mais precisam desenvolvimento, a ferramenta sabe exatamente onde o usuário precisa colocar energia. “A nossa versão da plataforma S para adultos é adaptativa: logo depois de a pessoa fazer sua primeira avaliação, é gerada uma playlist de aulas que trabalham com as competências que têm mais espaço para serem desenvolvidas”, afirma Calbucci.
“Se a pessoa tem a sensibilidade estética ou a iniciativa social bem desenvolvidas, não é com aquilo que deve gastar energia em um primeiro momento”, exemplifica. “A plataforma tem um caminho personalizado, para que a pessoa possa desenvolver aquilo que é mais importante para ela”.