A empatia e o envolvimento do professor ajudam na criação de um relacionamento de confiança com o estudante, influenciando diretamente no nível de aprendizagem
O desempenho escolar de alunos de baixa renda pode superar barreiras socioeconômicas a depender do grau de motivação. Esta foi a conclusão de um estudo da consultoria McKinsey a partir de informações do Pisa 2015. Segundo a avaliação, alunos mais pobres com alto grau de motivação têm melhores resultados escolares do que alunos com maior poder aquisitivo, mas com menor nível de empenho.
Ou seja, a motivação tem papel crucial no nível de aprendizagem de crianças e adolescentes. Para mantê-los instigados, porém, é preciso que o professor também seja estimulado, já que ele lida diretamente com os estudantes e tem papel de protagonismo nesse processo. É de vital importância que o educador tenha um alto grau de envolvimento com os estudantes para que estes consigam melhores resultados.
Construindo relações baseadas na empatia
Para Eduardo Calbucci, educador e criador do Programa Semente, o primeiro passo para estabelecer uma relação simbiótica é ensinar, tanto a alunos quanto a docentes, a empatia. Nesse sentido, escolas que trabalham com programas estruturados de aprendizagem socioemocional estão vários passos à frente. “O professor aplicador [do ensino de habilidades socioemocionais] fica em uma posição privilegiada, porque percebe os benefícios em sua própria vida”, explica.
Segundo ele, um dos grandes desafios da escola é criar um espaço de diálogo entre professor e aluno. “É muito fácil um professor ser empático com outro professor e um aluno com outro aluno, mas é preciso que ambos os lados se ouçam e se compreendam. Só assim é possível criar relacionamentos duradouros”, explica.
A construção de uma convivência baseada no respeito e na confiança resulta em jovens mais motivados. Aí o professor tem um terreno fértil para extrair o máximo do aluno. Consequentemente, o desempenho escolar melhora na mesma proporção.
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