O Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, em 10 de setembro, é uma iniciativa da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar as pessoas sobre a importância desse tema. A data representa um convite à reflexão sobre como esse ato extremo pode ser evitado.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, as ações preventivas incluem a capacitação de profissionais da saúde para lidarem com essa questão, mensagens positivas e informativas voltadas para a população em geral e para grupos de risco, como os jovens, e a discussão aberta sobre saúde mental em casa, na escola e no trabalho. Aqueles que pensam ou são afetados pelo suicídio também são incentivados a compartilhar suas histórias e procurar ajuda profissional.
No Brasil, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza ações da campanha Setembro Amarelo, em referência ao mês de prevenção ao suicídio. O lema da campanha de 2024 é “Se precisar, peça ajuda!”.
De acordo com Celso Lopes, médico psiquiatra e fundador da Semente Educação, o suicídio é um desafio para toda a sociedade, e a escola pode ter um papel importante nessa luta.
Competências socioemocionais no espaço escolar
Celso explica que, quando se tem um ambiente onde se ensina a lidar com sentimentos como a tristeza, a ansiedade e a raiva, isso diminui a chance de eclosão de transtornos mentais. “A manifestação desses transtornos é algo bastante complexo, que envolve fatores genéticos e ambientais. Mas se você reduz os estressores ambientais, você diminui a chance de eles acontecerem.”
Ele lembra que a escola é o local onde as crianças e os adolescentes passam a maior parte do tempo, e lá os conflitos vão sempre existir. Daí a importância de fomentar competências socioemocionais, como a empatia, o respeito e a confiança. “Elas permitem que as pessoas se coloquem no lugar das outras, não tratem os outros como não gostariam de ser tratadas, confiem umas nas outras e entendam que podemos aprender com os nossos erros. Isso cria um ambiente mais saudável, produtivo e com menos estressores”.
O especialista aponta, ainda, que as habilidades socioemocionais também favorecem as competências que permitem colocar os sonhos de pé. “Sonhar é de graça. É superimportante que a gente tenha vários sonhos. Mas, para transformar esses sonhos em realidade, precisamos mobilizar competências comoorganização, foco, persistência e responsabilidade.”
Para ele, quando essas competências são trabalhadas e usadas explicitamente nas escolas, os resultados mostram a força que elas têm. “Há menos envolvimento dos jovens com substâncias psicoativas, menos problemas disciplinares e de saúde, diminuindo a chance também da eclosão de transtornos mentais, que estão por trás de 90% dos casos de suicídio”, finaliza.
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